ANSIEDADE E ALIMENTAÇÃO: O QUE O CORPO FALA QUANDO A MENTE GRITA

A relação entre ansiedade e alimentação é profunda e, muitas vezes, silenciosa. Quando o sistema nervoso está em alerta constante, o corpo também responde — não só com sintomas emocionais, mas com sinais físicos que se manifestam no apetite, na digestão e até nas escolhas alimentares. Pessoas ansiosas podem alternar entre a perda total do apetite e episódios de comer compulsivo, muitas vezes voltado a alimentos ricos em açúcar e gordura, como forma inconsciente de amenizar a tensão interna. Essa resposta, embora natural do ponto de vista de sobrevivência, pode trazer consequências importantes para a saúde física e emocional.
O que poucos percebem é que o estômago, o intestino e o cérebro mantêm uma conexão íntima por meio do eixo intestino-cérebro. Emoções intensas afetam a flora intestinal, alteram a produção de neurotransmissores como a serotonina e dificultam a digestão. Não é por acaso que sintomas como dor abdominal, náuseas, azia, constipação ou diarreia se tornam recorrentes em momentos de estresse elevado. Quando isso se repete por longos períodos, o desequilíbrio no corpo começa a influenciar ainda mais o estado emocional, criando um ciclo difícil de romper.
UM CICLO QUE PRECISA SER QUEBRADO
Para interromper esse padrão, o olhar precisa ser multidisciplinar. A psicoterapia ajuda a identificar as raízes da ansiedade, trabalhar estratégias de enfrentamento e devolver à pessoa uma sensação interna de regulação emocional. Do ponto de vista nutricional, ajustar a alimentação para incluir fontes naturais de triptofano, magnésio, ômega 3 e vitaminas do complexo B pode contribuir significativamente para estabilizar o humor. A medicina entra como apoio para investigar carências nutricionais, alterações hormonais e quadros clínicos que estejam associados ao mal-estar persistente.
Além das orientações terapêuticas, muitas pessoas se beneficiam de uma abordagem educativa sobre o comportamento alimentar. Aprender a diferenciar fome fisiológica de fome emocional, observar os gatilhos que impulsionam o comer impulsivo e reconstruir uma relação mais gentil com a comida são passos fundamentais. Comer não deve ser um campo de batalha, mas sim um lugar de reconexão com o próprio corpo.
É importante lembrar que ninguém “come errado” por acaso. O comportamento alimentar é, muitas vezes, uma tentativa de encontrar alívio. E isso precisa ser acolhido com empatia, não julgamento. A combinação entre psicologia, nutrição e medicina oferece não apenas alívio dos sintomas, mas uma mudança real na forma como o corpo e a mente dialogam. Quando esse diálogo se torna mais equilibrado, o apetite também encontra seu lugar de paz. É nesse espaço de escuta e cuidado que surgem as maiores transformações.
Na Clínica Diálogo Positivo, você encontra uma equipe comprometida com a sua saúde de forma contínua, singular e com comunicação positiva, ativa e eficiente. Médico, psicólogo, nutricionista e educador físico atuam juntos para identificar causas, propor soluções e melhorar sua qualidade de vida.


